Os três dias que abalaram o mundo

A história da humanidade é repleta de datas especiais. Por exemplo: o dia da queda do Império Romano do Ocidente. O dia da queda da Bastilha. O dia da proclamação da República aqui no Brasil. O dia em que o homem pisou na Lua. O dia da queda do muro de Berlim. Dias importantes, muitos dos quais tiveram reflexos tão profundos a ponto de mudar os rumos da humanidade.

Entretanto nenhuma dessas datas se compara aos acontecimentos ocorridos há 2000 anos, em um lugar desprezado pelo mundo dominante, a saber, a Palestina. Há dois milênios atrás, entre uma sexta-feira e um domingo, o Plano de Salvação entrava em seu momento crucial e definitivo. O que havia sido planejado na eternidade começava a ocorrer, de maneira absoluta, na história.

Depois de ter se apresentado aos homens pregando, ensinando e realizando sinais e milagres durante aproximadamente três anos e meio, o filho de Deus estava cumprindo o seu destino e vivenciando a “sua hora”, de maneira obediente e sacrificial. O “Cordeiro de Deus” seria imolado para o perdão dos pecados de toda a humanidade.

Esses três dias tiveram reflexos e características individualizadas que servem para a nossa meditação no domingo chamado “de Páscoa”.

Uma sexta-feira cruel  sanguinária e agoniante. Com certeza a sexta-feira mais injusta e infame do calendário da história. Nela um inocente estava sendo acusado de fatos mentirosos, condenado por um crime que não havia cometido. Executado por juízo opressor. Tal injustiça não pôde ser contemplada pelo sol, que se tornou escuro, nem pela terra, que foi sacudida com um “terremoto” na hora em que o sangue desse inocente, derramado na cruz, escorreu até tocar o solo. Não custa lembrar que esse personagem era o filho de Deus que, como homem, tomou sobre si todas as nossas dores, sendo fiel até a morte. Isso nos encoraja a não desistirmos diante das dificuldades que as “sextas-feiras terríveis” nos impõem. Ele venceu e, firmados em Cristo, nós venceremos também.

Segue-se um sábado “shabat”, palavra que significa descanso. Um sábado sombrio e angustiante. Marcado pelos sonhos desfeitos dos chamados discípulos de Jesus. Eles estavam apavorados, tristes e amargurados, recolhidos dentro de suas casas, sem rumo e sem esperança. Se a sexta-feira é marcada pela angústia e sofrimento, o sábado é marcado pela amargura e desilusão. Quando estamos vivendo essa realidade pensamos que está tudo acabado, mas temos um grande alento ao nos lembrar de que o domingo chegará!

Após um sábado de silêncio e interrogações, as escrituras nos dizem que chegou o domingo, trazendo consigo a esperança, o novo e o inusitado! A Bíblia diz que, ainda de madrugada, algumas mulheres foram, ainda que sem saber o que fazer, para o sepulcro onde Ele havia sido colocado. Para a sua surpresa e espanto, a pedra que havia selado o sepulcro – a qual, segundo afirmam alguns estudiosos, pesava cerca de duas toneladas – estava removida, porém o corpo de Jesus já não se encontrava mais lá. Essas mulheres, discípulas de Jesus, tiveram um encontro com o novo e o inusitado, pois a morte havia sido vencida e o filho de Deus havia ressuscitado! É significativa a pergunta de Jesus ressuscitado à Maria: “Por que choras?” O choro faz parte da sexta-feira e estende-se até o sábado, mas o domingo chegou para trazer esperança para a humanidade! Jesus Cristo é o soberano do domingo, pois nesse dia Ele ressuscitou. Por isso as igrejas Cristãs costumam se reunir aos domingos, como fazia a igreja primitiva, para celebrar com alegria o Senhor do domingo: Jesus Cristo ressuscitado! As lições do domingo devem nos inspirar e motivar a termos uma vida de alegria e esperança. Ele vive e, sendo assim, podemos crer no amanhã, como diz uma de nossas canções. Amém.

Pr. Van Dyck Oliveira

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