A Igreja Cristã e as Novas Tecnologias: Aliados ou Concorrentes?

Nunca houve, no Brasil, tantos  veículos de pregação do evangelho e tantas pessoas que se declaram evangélicas. Por outro lado, também nunca houve  uma geração de cristãos to alheia  ao conhecimento da Palavra de Deus. e  descompromissada com o  estudo sistemático das escrituras.

Os avanços tecnológicos registrados, em especial, nas últimas três décadas são responsáveis por mudanças radicais na vida do ser humano, havendo contribuído para a formação de uma nova geração de pessoas que têm na praticidade e na agilidade as palavras chave do seu dia a dia.

Por meio da internet é possível ter acesso a uma infinidade de serviços como compras, bancos, jornais, revistas, TV, rádio, sites de relacionamento e bate-papo, diversão e os mais variados cursos on-line. Até as relações de trabalho estão sendo impactadas, sendo crescente a incidência de pessoas que trabalham sem sair de casa – o chamado home work – a partir de um computador que esteja conectado ao sistema de uma empresa, que pode, inclusive, estar do outro lado do planeta.

Acompanhando essa evolução, a igreja cristã tem se utilizado das novas tecnologias em suas atividades, em busca de aprimorar o seu trabalho e de ampliar o alcance das ações de evangelização, a fim de cumprir a sua missão de pregar o evangelho a toda criatura.

Se formos consultar a Bíblia Sagrada, observamos que o nosso Senhor Jesus Cristo se valia das tecnologias disponíveis, à época, para levar a cabo a sua pregação. No texto de Lucas 5:3, encontramos uma dessas situações, pois embora houvesse ali um pregador ungido, uma mensagem poderosa e uma multidão necessitada, as circunstâncias impuseram a necessidade do uso de um barquinho que serviu de plataforma, de onde Jesus pôde transmitir com maior eficácia a sua mensagem. Ou seja, mesmo com toda a sua unção e capacidade, Jesus Cristo não se escusou do uso das ferramentas tecnológicas que estavam à sua disposição para atingir o seu objetivo naquela ocasião.

Da mesma forma, a igreja cristã nos dias de hoje deve utilizar as novas tecnologias para tornar a mensagem do evangelho acessível a um número maior de pessoas. No entanto, essa medida deve ser tratada com a devida cautela, pois, conforme apontado em estudos técnicos, a massificação do uso de muitas dessas ferramentas tecnológicas tem produzido também malefícios para a sociedade, em virtude da profunda alteração que elas têm provocado nas relações sociais.

Se por um lado as novas tecnologias possibilitam a pregação do evangelho de forma mais abrangente, por outro elas favorecem o distanciamento entre as pessoas e a superficialidade nos relacionamentos. Como contraponto a isso, temos a exortação do Senhor Jesus no sentido de vivermos unidos, como um só corpo, ajudando-nos mutuamente e vivenciando experiências que nos fortalecem, que nos solidificam como família de Deus e que nos mantém motivados à prática cotidiana do evangelho.

Não por acaso propusemos uma reflexão acerca deste tema. Afinal, as novas tecnologias são aliadas ou concorrentes da igreja cristã?

A parábola do semeador, proposta por Jesus Cristo aos  seus ouvintes, deixa claro que a semente que for lançada em terra boa crescerá e dará frutos. Logo, ao cumprirmos o chamado de Jesus de evangelizar, não podemos nos furtar do cuidado na preparação do solo, para que essas sementes possam germinar e produzir bons frutos. E é neste ponto que precisamos estar atentos: quais os frutos que o uso de tantas tecnologias tem produzido no nosso país? Qual o tipo de evangelho está sendo levado às pessoas? A igreja cristã tem feito diferença num mundo tão corrompido e carente de Deus?

É certo que a igreja do século XXI não pode virar as costas para as novas tecnologias como mais um meio de proclamar a mensagem de salvação de Jesus Cristo, mas jamais se poderá abrir mão da unção do pregador e do poder da palavra de Deus em sua integralidade, como também das necessidades especiais do seu público alvo, a saber: pessoas que necessitam de salvação.

Ao mesmo tempo em que fazemos o adequado uso das ferramentas tecnológicas, não podemos diviniza-las, dando-lhes um poder e autoridade que elas não têm. A palavra que mais se adequa a isso é pragmatismo.

Toda essa tecnologia poderá tornar-se obsoleta com o passar do tempo, mas a mensagem do evangelho permanece atual, assim como são uma realidade as necessidades do ser humano e a unção e autoridade da igreja cristã no processo de santificação e de geração de cristãos genuínos e comprometidos com a Palavra de Deus.

Pr. Van Dyck Oliveira

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